Saudade
A gente já foi mais colado. Não que estivéssemos juntos o tempo todo, mas quando dava pra nos encontrarmos, ah, que alegria que era. Parecia mesmo que éramos feito, você e eu, um para o outro, que nem fôssemos, eu e você, personagens de algum daqueles romances açucarados de fundo de banca.
Destinados, a gente rumava juntos e era um tal sai de baixo. Sangue, suor e forró para gringo nenhum botar defeito, Eu te levava juntinho comigo para conhecer as coisas do mundo, você me levava em tudo que era canto pra gente se divertir a valer.
Que parceria. Nós dois.
Mas eram outros tempos aqueles, quase inocentes. Como diria o Chico, quem te viu e quem te vê. Hoje eu vou sambar na pista e você vai de galeria. Mudou, você. Andou “se valorizando”, como dizem hoje por aí. Pra mim, tu ficou foi esnobe. Mal apareceu nesses últimos tempos, quase não te vejo e já foi embora.
Justo eu, que sempre te tratei bem. Mas deixa estar, a gente volta a se trombar nessas brincadeiras da vida. Eu ainda hei de lembrar dos bons e dos maus momentos.
Eu vou te amar pra sempre, dólar.
Um beijo,
Jader.