Menina, me ajuda aqui com uma coisa, por favor? | Do Amor #210
Obs: este texto contém cenas gráficas com possíveis gatilhos.
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Quando a primeira ruptura na pele fez verter o sangue acumulado em seu pau, a pressão em queda o fez sentar-se no sofá da sala. Estava se masturbando de frente para a janela, vendo o doce movimento das árvores por entre as casas, mas sua cabeça atravessava um borrão de imagens impudicas e pornográficas da filha de sua melhor amiga, uma garota desfrutando seus dezenove anos, provavelmente sem nem se recordar, um segundo sequer, da existência de um velho atravessando quase que solitário seu jubileu. Amassava o pênis entre os dedos repolhudos, buscando excitar-se novamente. Era a sétima ou décima oitava vez que batia uma punheta naquela tarde, borrifando porra no carpete e nas canelas, de pé, mordendo a boca ressequida da má alimentação ou ingestão de líquidos. Pensava na pessoa que mais gostava, sua amiga de décadas, e propositalmente trazia para suas fantasias a filha dela, queria humilhar quem tanto lhe dava, vilipendiava a jovem em pensamento, cuspindo na cara dela, arrancando-lhe os pelos pubianos com dentadas desarmoniosas. Ouvia os pedidos baixinhos dela em sua ficção e, mais uma vez, buscava prazer na fricção penosa da cabeça do pinto, já opaca, acinzentada e acumulada por minúsculos interstícios avermelhados, como se fossem pequeníssimas espinhazinhas purulentas concentradas na ponta e escorregadas por toda a glande. Chacoalhava os ombros, girava cento e setenta e sete graus, um pouco mais ou menos, o punho da mão canhota, claro, que usava para socar a rola nos buracos imaginários que fariam mais mágoa e mal-estar em sua vítima, a mãe que, àquela altura, só podia testemunhar o que tinha se tornado, segundo os anseios dele, sua filhinha. Se ele imaginasse sua colega assistindo ao evento, mais para cima as estocadas involuntárias da rola o enganavam, achando que estaria apto para mais uma tentativa do gozo. Mas ficava zanzando pela sala, joelhos distendidos para fora, como se fossem dois parênteses convexos liberando espaço para a tortura que ele praticava contra si, mastigando com as falanges proximais, mediais e distais os nove ou dez centímetros do membro arroxeado, fedendo a saliva cítrica e sémen, produzindo um barulho empapado e rude que ecoava na sala, ou ao menos ele achava que ecoava, a pequena coceira perto da virilha onde ele deveria passar alguma pomada, mas curiosamente coçar a pele craquelada perto do saco, embaixo da mesa no escritório ou mesmo caminhando, apertando as coxas no assento do metrô, lhe fazia lembrar mais vezes ao dia que, ainda, estava vivo. Escarrou e fingiu deixar a baba amarelada descer pela testa da menina, mas estava dando novo fôlego à precária lubrificação. Chorava também, soluços de fazer as costas dele saltitar em doloridos solavancos, a ardência da pele rasgada, a carne flácida e resplandecente sendo desembainhada a cada tranco da pica, o freio em frangalhos, tira após tira renunciando a função de segurar, de resistir. Os urros dele se confundiam com os berros dela. E de outras pessoas, imaginava o rabo do vizinho da casa ao lado recebendo toda aquela massa disforme lhe atropelando, abrindo fissuras, sodomizado e dominado, todos pedindo perdão a ele, que esparramava seu esperma no cu e no nariz daqueles que ousaram abandonar-lhe em algum momento de suas necessidades, distribuía com seu onanismo as justas contrições. Todos deveriam se sentir agradecidos com sua benevolência. Como assim ela, sua amiga, lhe negaria um beijo? Deu dois murros em si, no saco, acertando em cheio as duas bolas vulgares, rosáceas, e caiu no chão. Saía um caldo agora não só dos cortes, mas também da bunda. Havia se cagado por causa da dor. Seguiu bamboleando o pau num círculo assimétrico que fez com um dos polegares mais o indicador. Com a mesma mão, limpou o rosto de lágrimas e sugou os dedos. Era preciso limpá-los. A língua grossa fazendo o trabalho. Cumprindo sua função.
Dormiu deitado no chão da sala. Antes de cair no sono, pegou o celular quase sem bateria no braço da poltrona e mandou uma mensagem para a filha da sua amiga: "sabe qual era o segredo que eu tava pra te contar? Eu quero muito sair com a sua mãe. Me ajuda?". Ele já tinha desmaiado quando chegou a resposta: "Claro, tio! Acho que ela vai adorar!".