Eu não sei muita coisa

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Eu não sei, de nada, muito.

Não sou especialista em nada. Creio nem ter a capacidade de fazer coisas em profundidade, a ponto de explicar teoria ou botar tudo em questionamentos filosóficos, pensamentos acadêmicos. 

Tem dias que acordo assim, com a sensação de que tudo o que me interessa é o que não importa a ninguém, que costumo me embrenhar em caminhos que vão dar em nada. Transito ali, fico parado por aqui. As coisas que precisam acontecer vão se sucedendo independente da minha existência. 

Sem saber lá muito das coisas, não vou intervir. 

O que faço bem, se parar para pensar, é andar em círculos, o que não é lá algo digno de se dizer saber fazer, afinal, acabo sabendo não saber como fazer as coisas. Fico nos bicos, no jeitinho, naquele limiar de sobrevivência. Sorrio quando falam coisas difíceis, solto umas ideias franzinas para que, quem de fato saiba, as fortaleça.

Pode ser que o que eu saiba fazer é catapultar quem de fato saiba fazer coisas. O que não é saber fazer algo de fato, porque é só algo que acontece, de novo, se eu for teorizar a habilidade, vou me complicar e perceber que, na real, nem isso sei fazer.

E sabendo de quase nada, que é o que sei disso tudo, acabo é caindo no clichê do pensamento socrático.

E daí dá um bode, né? Uma tristezinha. Porque não sou eu a saber que nada sei.

O Sócrates já sabia por mim. 

Jader Pires